segunda-feira, 28 de julho de 2014

CARTA AOS AMIGOS!


Olá, amigos! Hoje resolvi escrever sobre uma passagem da minha trajetória que teve uma interpretação deturpada de algumas pessoas da corporação e que foi difundida de forma maliciosa. O tal “abandono” e a tal “traição”! A pedido dos mais chegados, por considerá-los imensamente e saber da cobrança que até eles sofrem, vou relatar esta passagem que foi meu afastamento das manifestações de rua e minha transferência para o EMG. 
Meu afastamento das manifestações de rua foi acontecendo quando os rumos escolhidos pela maioria não estavam mais de acordo com o que eu acreditava e idealizava num movimento reivindicatório legítimo. A coisa vinha se perdendo; interesses paralelos surgindo, o foco foi se dividindo e perdendo o objeto. Atrelado a este rumo diferenciado que não mais condizia com minhas ideias, estava a parte mais importante e essencial da minha trajetória de vida: minha família, que estava sofrendo com tantas punições, transferências e inquietações minhas. Não faz sentido a gente participar de uma coisa sem querer! Correto? Desculpe-me quem interpretou mal e achou que eu abandonei os que queriam uma greve. Mas por uma questão até de coerência da minha parte não fazia mais sentido eu continuar participando. Quem me acompanha desde 2007 nem precisou dessas explicações, já me compreenderam e muitos também se afastaram. Eu nunca aceitaria e participaria da decisão de uma greve no Corpo de Bombeiros. Primeiro que somos militares e nunca preguei a desmilitarização. Podemos sim atualizar nosso regulamento e estatuto, mas enquanto não ocorre temos que agir dentro do que está previsto. Temos que lutar por direitos e exigir que os cumpram sim, mas sem descumprir deveres. Isso seria hipocrisia ao meu entendimento! Se infringi alguma norma e fui punido foi um ato que só trazia consequências pra mim e não pra terceiros. O segundo ponto da minha discordância com posicionamentos radicais e com a greve diz respeito ao serviço que prestamos a população. Somos serviço essencial e lidamos com vidas. A população confia na gente! Prova disso foi o apoio que nos deram no auge das manifestações com fitinhas nos carros, bandeiras nas janelas e participação nas caminhadas e mídias sociais. Quando tomou o rumo de greve a população recuou e vimos o apoio diminuir. Ninguém gostaria de precisar dos bombeiros e ouvir no chamado de socorro que estão em greve e não saberem pra quem recorrer. Como deixar algum morrer ou ficar ferido ou ter seus bens perdidos por conta de reivindicações de classe? Não consigo me imaginar em tal ato e pior, em tal organização e liderança!
A segunda situação é sobre minha transferência pro EMG. E dessa passagem, mais ainda, achei que não tinha que explicar. Eu fui transferido como todos os militares são.  Como fui por seis vezes, diga-se de passagem. E assim como todos os senhores não somos consultados sobre as transferências, se queremos ou não queremos. Apenas comandantes de unidades são informados da assunção de novo cargo, até porque é um cargo de confiança diretamente ligado ao planejamento do comando geral da corporação. E fui para a 3ªseção do EMG, local responsável por planejar e elaborar todas as diretrizes de ensino, instrução e operações da tropa, incluindo até a defesa civil. Resumindo... Ralação minha gente. Ninguém me deu prêmio não. Me deram o que eu pedia.. Trabalho; oportunidade e possibilidade de dialogar e colaborar para melhoria dos serviços prestados. 

Enfim meus companheiros de caserna, não tomem pra si como verdades os boatos e disse me disse que difundem por aí com más intenções. Vamos procurar saber o que aconteceu de fato. E pra isso nada melhor que perguntar ao próprio: EU!!! Estou à disposição como sempre estive. Meu discurso nunca mudou! Uma boa maneira de provar isso é reler postagens antigas do meu blog Diário Bombeiro Militar. Eu sou o mesmo sonhador e idealista de sempre, sou dono das minhas ideias e respondo somente por elas. Os que na época foram me indagar e cobrar eu conversei e esclareci os fatos. Mas tem gente que vive só pra apontar o dedo e ser oposição. Vamos debater, vamos dialogar, vamos trocar ideias. Só se opor a tudo de longe é muito cômodo! Construir juntos quando se tem muitas divergências é muito difícil, mas é assim que uma sociedade evolui e cresce!  

JUNTOS SOMOS FORTES,
LAURO BOTTO - CAP BM.

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